terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

BREVÍ-SSÍ-SSIMO CATÁLOGO DE IMPRESSÕES - CURSO DO ÉSIO 2009

Foi muito intenso. Foi muita coisa... não consigo ainda processar a ponto de discernir e explicitar uma coisa e outra... O aprendizado do palhaço, nessa perspectiva de trabalho, é ao mesmo tempo um aprendizado de vida. Tem a técnica. É certo. Mas tem a descoberta de si mesmo.
Levo desse encontro memórias de relações... de pessoas... Levo comigo o Fubá e a Silvia. Afinidades à primeira vista... como explicar? só no olhar...

(Fubá)


(Silvia)


Com o Fubá eu andei de moto e fiz traquinagens, vivi, ri, dancei, perdi o óculos, achamos... com a Silvia as traquinagens eram assistindo o curso (rindo do Ésio) e nas cenas... me sinto livre quando estou com ela na cena... tenho vontade de brincar... me divirto.




Com o Ed. eu me acalmei várias vezes... com que tranquilidade (diferente da minha) ele vê o mundo e os problemas e, com que intensidade ele ocupa a cena e também nos convence a comer uma coxinha ("ele é crocante como nunca vi, recheada e... e... e...")

(Fubá e o Ed.)

Com o Pedro eu me deparei com o meu preconceito. Ele é muito propositivo e isso logo fez com que eu não quisesse jogar com ele. Aí, o Fabiano me deu o show-aula num exercício, num jogo, me mostrou que, minha idéia de não querer estar com alguém tão propositivo tem certo fundamento, mas que deixar-se experimentar e desafiar-se pode render muitas boas descobertas e muitas gargalhadas... e momentos de ternura quando você vê a paciência de um parceiro com o aprendizado do outro. Nunca esquecerei das calcinhas das meninas na escola...

(Pedro)


(Fabiano)

E foi olhando o Fabiano correr de um lado para o outro ou em círculo enquanto não sabia o que fazer que entendi o que era NÃO DESISTIR DO JOGO ou NÃO FRACASSAR ANTES DO JOGO TERMINAR. É como se dissesse "eu tô aqui, ó, ó, eu não sei o que fazer, mas, ó, ó, eu tô aqui! na batalha!".

E ainda pensando no Pedro eu lembrei de um dia em que saímos pra almoçar uma merendinha. Eu precisava ir no Lume e ele, de bicicleta me ofereceu uma carona. Aceitei porque o risco me atraiu. Veja bem: considerei um risco. Algumas pedaladas em seguida ele me pergunta: -Sabe dirigir?
Eu digo:
-Sim.
-Então, coloca essa maozinha aqui... essa outra aqui...
Enquanto falava colocava minhas mãos no guidô.
E pensava meu deus, ele é louco, se eu cair vou me lascar demais! E não posso errar! É um jogo entre eu e ele em que eu não posso errar! Fomos. Chegamos e eu estava muito contente de ter estado naquela situaçõe pouco cotidiana. MAs, em casa, observava-me: ELE, confiou em mim, porque se eu erro, não era apenas eu que me lascava... ele também... mas ele foi, se jogou... sem pre-conceito...


Foi lindo ver a Rosa sendo extremamente honesta em sua auto-avaliação sobre seu palhaço... sobre a Rosa... me lembrando que cada um tem o seu tempo... seu ritmo...

(arqueira zen, Rose, Rosa)

E ela se entendia muito bem com a Rose e com a Arqueira Zen. Falando nelas...
Era o máximo ver o olhar da Rose de "deixa disso menina" quando eu disse por duas vezes que algo era "do caralho!". Era uma relação estabelecida em cima da nossa diferença. Pena que eu descubri muito tarde que ela me reprovaria daquele modo tão gostoso, senão... teria dito muitas outras vezes: caralho, caralho, caralho, caralho...
Arqueira Zen foi a imagem que a palhaça Alecrin usou para defenir como se sentia numa batalha pelo impossível em sua luta por ser palhaça... luta nítida... e engraçada aos nossos olhos. Tudo nela é descordenado, o pular corda, o jogar bola, pular da escada para ser aparada pelos colegas, parece que nem teve infância... mas tudo nela é delicadeza, é poesia, e é riso, porque suas tentativas de movimentos bruscos, precisos, forte e etc., são deveras cômicos...



O Rafael me ensinou que, se estamos no jogo, é pra jogar.... mesmo que você não seja o parceiro desejado... se estamos juntos, aceita e joga junto.



E a Íris (leia Írix)? Que, para mim, é absolutamente engraçada em seu estranhamento desse tal de mundo do palhaço... de expressar sentimentos. Normal quando se vem de um modo de vida onde os modos de espressar são diferentes... ou escassos, não sei. É absolutamente engraçada sua honestidade. Quando todos dizem "quero agradecer a vocês todos..." e ela, sinceramente, diz "eu não vou agradecer porque não sinto vontade" ou "não acho que tenha nada pra agradecer". Só nela essa contramão cai tão bem. E foi ela que me ajudou a escolher uma roupa para o meu palhaço... ainda em experiência. E eu pude ajudá-la a escolher também a sua roupa... num diálogo entre as diferenças... ( o meu gosto é diferente do dela em termos de roupa também).


Guardo na lembrança também o Gabriel, no colo de quem, para pegar uma carona, tiramos muito sarro da situação. Ele, que é moleque, grande e com cara de bravo...

(Gabriel e Janjão)
Janjão... docinho.

A foto abaixo mostra algumas pessoas em seus primeiros estados... é engraçado observar: o Gabriel, muito sério, a Maira, irritadiça, a Iris em sua energia pokemon:


Agora, mais fotos:

(Ed. e Caio)





(Eu, Ricardo e Caio)




Ambiente de sala - quando platéia - hora da água, alguns saíram:



Palhaços preparados para a saída no TRUEQUE:



Palhaços na rua:

Palhaços no espaço do LUME:



Palhaços desfigurados, mortos de cansados, após o TRUEQUE:




O MESTRE:




Obrigada vocês.
Mesmo.
Carol.





Um comentário:

  1. Ah que lindo Carol!!! Emocionante!!! Pude reviver muita coisa boa. Concordo com você!
    É para a vida!
    Saudades querida!!!
    E ver você chorando, gritando " Eu vou ser palhaço!!" foi uma emoção muito intensa para mim.
    E olhe que teve vários outros momentos que envolveram emocionalmente a todos.
    Obrigada!!!
    Um grande abraço

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