sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Carol no Seminário do Anjos 2009 - Um apanhado do 1° Seminário de Comicidade Anjos do Picadeiro

Por Viviane Soledade



Juju e Rôro – cena e improvisação: questões sobre a relação entre palhaço e público
Seminarista: Caroline Holanda
Juju e Rôro trata-se de cenas e improvisações em que o público é atuante na cena. Esse trabalho salienta questões sobre a relação entre palhaço e público.
Nesse espetáculo a artista briga com o medo e a vontade de fazer. A exposição maior numa estrutura onde se apresenta a história e uns dos personagens está na platéia. Isso provoca uma evidente relação com o público. Se o público já é importante para o palhaço, fica ainda mais acirrado quando o público participa.
Caroline percebeu que nesse trabalho em que o cerne é a improvisação e a participação do público, transformando-o num espetáculo “aberto”, ir para a cena com a estrutura armada não funciona. E o improviso é uma escolha feita no presente.
Ela pode perceber ao fazer o espetáculo em distintos espaços que a configuração interfere no espetáculo semi-estruturado na improvisação.
Num espetáculo de improvisação é preciso que o ator tenha uma grande capacidade de escuta.
O processo pedagógico da pesquisa de Caroline passa pela na seguinte sitematização: pensar – ir para a cena – testar – voltar para reescrever.

Texto completo da Viviane no blog do Anjos: http://picadeiroquente.blogspot.com/2009/12/um-apanhado-do-i-seminario-de.html

domingo, 6 de dezembro de 2009

Anjos do Picadeiro 8 - 2009 - Floripa - Encontros


(esse que está comigo é o Ricardo, nos conhecemos no curso do Ésio e nos encontramos de novo no Anjos)

Demorei pra criar coragem pra escrever sobre o Anjos. É muita coisa na minha vida, é muita vida no Anjos.
Conheço esse meu percurso no processo de aprendizado. Os três primeiros festivais na área são uma superdose de um mundo que não se conhece, uma panorâmica na diversidade do universo daquela linguagem teatral.
Nesse festival várias inquietações se expunham diante de mim, para refletir sobre o que eu quero fazer e como quero fazer, quem tomarei como referência, etc..
. Existem diferentes tipos de risos. so-riso, riso, gargalhada. Qual é o meu?
. O espetáculo para a rua precisa ter um ritmo mais acelerado e um gestual maior?
. Espetáculos com uma dramaturgia mais amarrada são um campo que possui um tipo de riso que... na verdade alguns parecem extrair um so-riso. quero ou não?
Consegui identificar alguns dos que fazem meu corpo reagir. Por quê? Como?

Alguns espetáculos que adorei:

Naná y Tomate




Conserto em Ri Maior - Cia dos Palhaços - Sarrafo e Wilson




Seres de Luz - com uma reprise do Nani - no Cabaré do Anjos




Teatro de Anônimo - no Cabaré




Espetáculo Cancionero Rojo




Avner



NAMACACA - Espetáculo É nóis na xita.






Nesse festival eu participei de uma oficina que muito me ajuda com as inquietações que saí da oficina do Ésio...
[fotos só quando os colegas mandarem]

Também participei da mesa o seminário, compartilhando reflexões e angústias. Estava nervosa porque não eram propriamente reflexões cabeçudas, mas tive um retorno legal de pessoas que vinham depois e comentavam sobre a fala, identificando-se com o problema. Eu me inscrevi porque tinha ganas de participar ativamente desse encontro e no momento era o que eu tinha. Ano que vem gostaria muito de ir com um espetáculo...
Abaixo, vídeo com trechos de nossas falas.

http://picadeiroquente.blogspot.com/2009/11/ontem.html

E algumas fotos que achei na net. Seguno o Alex... um quadro-a-quadro do meu humor e minhas reações ao entorno:






falando em Alex, foi a primeira vez que o vi (na foto abaixo) de palhaço!:



Alguns encontros preciosos como descobrir as andanças da Genifer e a figura do EliezeRRRR (Palhaços PAlitolina e Wilson):


http://www.maetoindo.blogspot.com/ (blog da Genifer - a palhaça andarilha)


http://www.wilsonesarrafo.com.br/index.php (grupo do wilson)
http://www.ciadospalhacos.com.br/ (grupo do wilson)


Teve também a conversa com o André, com quem troco e-mail's hoje.

E a noite dançante que simplesmente adorei o som!!! (vide penetra no fundo, à direita)



E o que dizer de estar hospedada na casa do Daniel da Luz, juntamente com outro hóspede... Fabiano Loddi (depois chegou a Fernanda, mas estivemos pouco juntas). Duas figuras maravilhosas, com quem estar perto é como estar em família: falar mal dos outros, discordar do outro, discutir, aconselhar, fazer comidinha, comer e rir muito... chorar as pitanguinhas e as pitangas, fungar, reclamar, ridicularizar perguntar, trocar. Era um dos meus melhores momentos do dia.






[o visual do amanhecer... veja bem você também, Daniel! antes de falar de mim!]

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

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In: http://sertantes-teatrodebonecos.blogspot.com/

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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Idéia para cozer.

A estetização do ser-eu mesmo - o palhaço é isso

e o público, em menos grau de treinamento dessa estetização de si mesmo, faz isso também.

sábado, 7 de novembro de 2009

Pesquisa para boneco - apresentação nas creches.

Como hacer marionetas y titeres con calcetines

Las marionetas y títeres son la mejor manera de entretener a los niños. Hacer títeres es muy fácil, y la mayoría requieren las mismas cosas a la hora de hacerlas. Tanto los padres como los niños disfrutarán a la hora de hacer marionetas

Instrucciones
Las marionetas y títeres son la mejor manera de entretener a los niños. Hacer títeres es muy fácil, y la mayoría requieren las mismas cosas a la hora de hacerlas. Tanto los padres como los niños disfrutarán a la hora de hacer marionetas.

El primer paso es decidir que tipo de marioneta o títere queremos construir. En nuestro caso haremos una sencilla marioneta con un calcetín. Para ello lo primero que haremos es reunir todo el material necesario para crear el títere.

Utilizaremos un calcetín, tijeras, rotuladores, pegamento, hilo y cartulinas. Una vez reunido todo el material comenzaremos la construcción de la marioneta.

Lo primero que vamos a hacer es crear los ojos para la marioneta, para ello podemos utilizar unos ojos de algún muñeco viejo o podemos hacerlos nosotros mismos con un trozo de cartulina y los rotuladores. Simplemente recortaremos dos óvalos de cartulina del mismo tamaño y pintaremos el ojo en su interior.

Una vez que tengamos los ojos, nos ponemos el calcetín en la mano y situamos los ojos en la posición que los deseemos colocar. Una vez que tengamos la posición de los ojos en nuestro títere, aplicaremos pegamento para dejarlos fijados a la marioneta.

Ahora ayudándonos de los rotuladores o pinturas de colores, pintaremos la nariz de nuestra marioneta, e incluso podemos pintarle los labios para darle un aspecto más real.

Por último y si queremos darlo un toque especial a nuestra marioneta, podemos coserle unos hilos a modo de cabello a nuestra marioneta. La incorporación del pelo a cualquier títere les da un carácter más cómico y divertido.

Y con estos sencillos pasos ya tendríamos creado nuestro títere o marioneta, de una forma sencilla.



link: http://www.videos-star.com/watch.php?video=IzAERQjJNpU

In: http://www.taringa.net/posts/ebooks-tutoriales/1769795/Como-Hacer___-1.html

Pássaros na rede elétrica... imagem e música.

Esses dias eu voltava da creche da Amelie, de bicicleta. A deixara lá para trabalhar.
Os dias aqui (em SINOP) têm sido agradáveis... nublados...
Olho a fiação e vejo os pássaros... me lembram uma partitura musical... pensei... se soubesse ler música, tentaria tocá-la.
Estava eu procurando coisas na internete e encontro "minha" idéia realizada:
In:

Los pájaros componen música

por Toni

Birds on the Wires from Jarbas Agnelli on Vimeo.



Un curioso experimento. Jarbas Agnelli vio la foto de unos pájaros sobre el tendido eléctrico en un periódico. Pero, aparte de aves, también observó una partitura. Así que, por curiosidad y sabiendo que no se inventaba nada, decidió ‘tocarla’. Envió la música al autor de la foto, Paulo Pinto, quien la mostró al editor del periódico. Todo acabó en un reportaje en el periódico, y el vídeo de arriba.

Imposible no pensar en este vídeo de Tiga, que usa la misma idea:

Vídeo en DailyMotion y Youtube.

Puerta con puerta, Neatorama.

Bolsas - olhares

Gosto muito muito de um modo de ver as coisas que compõe ambiente e criação.
Eis...
In: http://badulakedeana.blogspot.com/2009/10/bolsas.html

¿A qué molan?

Encontras en taringa.net





Imagens.... vem o mundo de outro modo


Un cactus pinchado de Alessandra Franciosini.

foto de un cactus con agujas reemplazando los pinchos

Un paisaje de arroz de Marialetizia Cuppoletti.

Plato de arroz con verduras. Versión 1: los componentes forman un paisaje. Versión 2: todo está mezclado

Unas zapatillas inseparables de Andrea Cioffi.

Un par de zapatillas con los cordones mezclados, enlazando los 2 zapatos

He encontrado estas graciosas fotos en la web de un taller realizado por Daniel Eatock (Si, ya hemos hablado de el: 1 y 2 veces).

In: http://www.cuartoderecha.com/2408/

Fruta Cúbica...

Serie de imágenes 3d de frutas con forma cúbica.

Buscando fotos de paneles solares en fotolia, me topé con este curioso cultivo de frutas cúbicas realizado por el diseñador freelance Franck Boston… No sé muy bien qué tiene que ver una placa fotovoltaica con una naranja cuadrada, pero me ha gustado.

In: http://www.cuartoderecha.com/2518/

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

sábado, 12 de setembro de 2009

Sai Preguiça!!!!, Entre cores e amores.

Estes dias estivemos trabalhando - eu, Fran, Rosângela e Débora, na criação de um novo espetáculo. Foi um aperto para criar, ensaiar, construir figurino com quase nada, música e vai...
Uma vez fizeram algum comentário sobre como é fácil fazer um teatro que cabe muita improvisação...
Digo a eles que conseguimos construir em pouco tempo um trabalho porque temos mais ou menos, sem muitas contas, uns 60 anos de ensaios: mais 30 anos de música da Rosângela, mais de 10 anos de teatro meu, mais uns quantos anos da Fran e da Débora em música e pesquisa de uma roupagem cênica para seus trabalhos musicais.
Desse encontro nasceu o espetáculo Sai Preguiça!!! e Entre cores e amores.
O Sai Preguiça!!! surgiu em torno da música Sai Preguiça, cantada por dois garotos no CD-pesquisa Canções do Brasil, do Palavra Cantada.

A Fran e sua perica que... só ela mesmo...


A Débora e seu inesquecível movimento Tic-Tic:


"Se a mamãe souber que a gente tá, numa hora dessas, ao invés de tá dormindo, a gente tá fazendo traquinagem...":
"Acoooooorrrrdaaaaaa!!!!":
Obs: A Rô tá ali no teclado, de cabelo rosa, irreconhecível!


As crianças participam da banda:



Aí vem o espetáculo Entre Cores e Amores - que é o Romeu e Julieta adaptado para crianças.

A Rô... que honra ter uma pianista deste nível conosco!


Débora e Fran fazem Romeu e Julieta:

A nossa chefa, Alexandra, que defende nosso trabalho porque acredita sinceramente nele:


O Helton, que tira as nossas fotos, monta o som, carrega o som, dá apoio psicológico e tudo o mais!
São elas (+ ele) agora que fazem parte desse trecho do caminho da minha vida. Estou muito contente de tê-las encontrado. São artistas competentes e pessoas da melhor qualidade.
"Qual é a parte da tua estrada no meu caminho?
Será um atalho, ou um desvio,
um rio raso,
um passo em falso..."
Zeca Baleiro
Carol.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Inventário - aquilo que seria esqueciso se a gente não contasse.

Enquanto escrevia a postagem de hoje sobre minha experiência, encontrei sobre esse espetáculo que nem sabia (é um blog, mas a descrição del aé muito legal, pra mim):
"

2 de Fevereiro de 2009

Peça Inventário


Ontem fui assistir a peça Inventário - Aquilo que seria esquecido se a gente não contasse, e tive o prazer de admirar um espetáculo poético, gracioso, repleto de atuações maravilhosas, comovente. Nada como boas doses de humor, reflexão e tristeza num mesmo lugar, por isso recomendo. Segue o comentário do site São Paulo 24 horas.



Andrea Jabor e Beatriz Sayad assinam a direção da peça que traz no elenco Dani Barros, Flávia Reis, César Tavares e Marcos Camelo. A montagem é resultado de uma criteriosa pesquisa sobre o palhaço contemporâneo e sua capacidade de intervir e transformar a realidade. Depoimentos comoventes e bem-humorados mostram um pouco da insólita experiência de ser palhaço em uma enfermaria pediátrica. No palco, quatro cadeiras diferentes ocupam quatro raias, representando corredores de um hospital. A partir dessa arquitetura, quatro atores se revezam nos papéis de médico, paciente, palhaço e artista. Os personagens avançam e recuam, contando suas experiências, ilustradas ainda por meio de movimentos corporais e objetos cênicos. O jogo se estabelece na dinâmica da troca de papéis. Temperada com um humor ácido e uma crítica ao sistema público de saúde brasileiro, a peça Inventário – Aquilo que seria esquecido se a gente não contasse chega a São Paulo e estreia no Espaço Décimo Segundo Andar da Unidade Provisória SESC Avenida Paulista, no dia 16 de janeiro, sexta-feira, às 21h30. Idealizado pela trupe dos Doutores da Alegria do Rio de Janeiro com direção de Andrea Jabor (As Cinco Peles do Samba, SESC Av Paulista, janeiro de 2008) e Beatriz Sayad, o espetáculo teatral para adultos – que se apresentou em importantes festivais e cumpriu várias temporadas no Rio de Janeiro - reúne no elenco Dani Barros (Acqua Toffana, SESC Av Paulista, junho de 2008), Flávia Reis, César Tavares e Marcos Camelo.
Inventário transpõe para o palco cenas vividas ao longo dos 10 anos de atuação dos Doutores da Alegria nos hospitais do Rio de Janeiro. No palco, os quatro atores vestem jalecos brancos e narizes vermelhos e vão mesclando realidade e ficção nas vozes do paciente, do artista, do médico e do palhaço, num jogo de improvisação baseado nas memórias dos atores.
Inventário é um espetáculo narrado a partir do que os artistas dos Doutores da Alegria do Rio de Janeiro viram, viveram, lembraram, sonharam, temeram, reinventaram, inventariaram. O espetáculo, destinado à platéia adulta, é resultado de uma criteriosa pesquisa sobre o palhaço contemporâneo e sua capacidade de intervir e transformar a realidade. A apresentação do espetáculo contribui para resgatar a figura subversiva do palhaço, um artista genuinamente popular, que reencontrou sua função transformadora nos hospitais e vem recuperando seu espaço nas salas de espetáculo.
Conforme uma das diretoras, Andrea Jabor, “a peça nasceu da necessidade de se contar as histórias e experiências do grupo Doutores da Alegria do Rio de Janeiro em um formato teatral”. Depois de trabalhar 4 anos com a trupe, dando aulas de improvisação, Andrea se propôs a colaborar no projeto de um espetáculo de teatro. “A pesquisa se desenvolveu a partir de uma estrutura de improvisação, estabelecida em cima do papel e do lugar do médico, do paciente, do palhaço e do artista”, explica Andrea Jabor.
“Ficamos um bom tempo nesse formato, levantando material, propondo exercícios de composição com objetos trazidos de casa e da rua, como uma caixa de primeiros socorros e um travesseiro.” Surgiram muitas histórias e foi nesse momento que entrou a diretora Beatriz Sayad, que foi para o Rio colaborar, costurando as histórias para montar uma dramaturgia. Em seguida, Andrea e Beatriz, junto com o elenco, conceberam a montagem com uma estrutura mestre.
Carreira do espetáculoInventário foi montado em 2006 com recursos do prêmio Funarte Myriam Muniz de Teatro e cumpriu temporada nos Teatros Nelson Rodrigues e Teatro de Arena, patrocinado pela Caixa Cultural do Rio de Janeiro. Desde então, tem sido apresentado em importantes festivais de teatro no Brasil. Em 2008, o espetáculo esteve em cartaz no Teatro do Leblon e no Teatro dos Quatro / RJ – e participou do projeto Viagem Teatral do SESI, percorrendo 12 cidades do Estado de São Paulo atingindo, apenas nesta mostra, um público de aproximadamente oito mil espectadores.
Serviço:
INVENTÁRIO – Estreia dia 16 de janeiro, sexta-feira, às 21h30, no Espaço Décimo Segundo Andar. Temporada - de 16/01 a 01/03. Sexta a domingo, às 21h30. Direção - Andrea Jabor e Beatriz Sayad. Elenco - César Tavares, Dani Barros, Flávia Reis e Marcos Camelo. Iluminação - Djalma Amaral. Figurinos - Flávio Souza. Fotografia- Leonardo Ramadinha. Produção - Boccanera Produções Artísticas. Realização - Doutores da Alegria. Não recomendado para menores de 14 anos. Capacidade - 70 lugares. Ingressos - R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). R$ 5,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes). Duração – 60 minutos. Sinopse - Depoimentos comoventes e bem-humorados mostram um pouco da insólita experiência de ser palhaço em uma enfermaria pediátrica. Saiba mais em http://www.doutoresdaalegria.org.br/
UNIDADE PROVISÓRIA SESC AVENIDA PAULISTA – Avenida Paulista, 119 – Estação Brigadeiro – Fone: (11) 3179-3700. http://www.sescsp.org.br/. Estacionamento conveniado - Leôncio de Carvalho, 98. – R$ 5,00 pelo período de 4 horas.
"
In: http://www.psicoacao.com/2009/02/peca-inventario.html

Achei um vídeo no youtube (tem mais lá):




Mais umas fotos no site da diretora:
http://www.andreajabor.com.br/
(clicar no nome da peça)

Carol.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

pulgas...

Hoje eu fiz uma apresentação de Juju e Rorô que foi uma merda.
Gostaria muito de aprender, como se conquista a confiança de adolescentes de 5º a 8º série de uma escola pública.
Esse público é um público medroso, eles têm medo de vocÊ, do palhaço, eles têm medo de serem ridicularizados. E ser ridicularizados para eles pode significar tão somemte ser escolhido pela palhaça e chamado de lindo. Tudo é motivo para que eles se sintam expostos... eles se sentem expostos por si, pela condição social e psicológica em que vivem. Mas como ultrapassar isso?
Que ação devo fazer para que se sintam comigo e não CONTRA migo? que ação os tira dessa posição de contrários?
Como se cativa uma platéia desse tipo. Sabe, essa platéia não é aquela que vai em São Paulo aos espetáculos de palhaço. Que se desloca para ver um espetáculo que tem improviso, mas a estrutura do espetáculo é menos dependente da platéia. Ou que tem improviso, como o Jogando no Quintal, mas que o público não se levanta de seu lugares, interfere ali, na segurança de seu lugar para que o artista realize... talvez isso. Interferir primeiro à distância? eles falam algo e eu faço? o quê? como, sozinha? (pensar mais)
Outro dia conversávamos eu as meninas do trabalho, sobre como, nas apresentações feitas de Juju e Rorô, as primeiras pessoas que eu pegava eram de pouca ação, acanhadas. E como os padres eram bem mais interessantes que os Rorôs.
Pensei que talvez isso se desse porque os primeiros enfrentam o completo desconhecido ao entrer na cena junto comigo, os padres, ao entrarem, já entederam como funciona o jogo e já sabem que eu os amparo e oriento. Mais seguros, então, eles interagem mais. Será? Me proponho a fazer uma experiência então: chamar primeiro o padre, fazer uma cena com ele - pensar ainda na cena- e só depois chamar o Rorô.
Hoje, eu até fiz isso, mas eu já havia cometido um erro muito grande e sem retorno:
Ao entar, os alunos estavam sentados espalhados na arquibancada. Eu insisti em utilizar a farinha para fazer uma roda na quadra mesmo sem aluno nenhum. (já que estava todos na arquibancada e não na quadra). E mais. Convidei-os para fazer a roda ali e eles não quiseram. E minha reação foi de autoritarismo:
- Vou lavar minhas mãos e volto se vocês quiserem assisitr ao espetáculo, fiquem na roda até eu voltar.
Só as crianças foram e mais um ou outro adolescente. Mas ali duas coisas estavam postas:
. eu não havia estabelecido nenhum vínculo com eles
. e a primeira relação que eu propus foi a de ordenar que fosse do meu jeito.
. eu estava -como sempre quando se trata de adolescentes- muito armada e pouco receptiva, pouco disponível para esse diálogo, essa escuta.

Eu deveria simplesmente ter começado daquele jeito ou encontrado outra carta na manga para iniciar esse relacionamento. O Márcio Ballas, nas vezes que eu vi alguma coisa dele, inicia indo no público, em uma ou outra pessoa, "você veio? que você veio!" E vai se relacionando com um e com outro. Isso é um modo de iniciar a relação e ir cativando a platéia, por exemplo.

(obs: esse não é o Márcio, é outro dos meninos do Jogando no Quintal)


A entrada é fundamental é o início da relação de que fala Avner (ai como eu queria poder assitir ao seu espetáculo!):
"A relação com a platéia é como uma relação de amor, de início, palhaço e público estão se conhecendo, é a primeira vez, então você quer causar uma boa impressão. Mas se começar a contar um monte de piadas, é demais. É preciso ir devagar, desenvolvendo o interesse. É muito como uma relação amorosa."

"Eu acho que a relação com a platéia tem que ser um diálogo com quem você ainda não conhece. É como conhecer uma nova pessoa: se você tem uma idéia, um jeito que quer que ela seja, nunca funciona. Pra mim, esse é o ponto da relação, tem respeito, gentileza e um senso de conforto."

(in:http://picadeiroquente.blogspot.com/2009/06/amanha-tem-lancamento.html)

Essa foi, pra mim, hoje, a principal falha: eu queria começar o espetáculo de um jeito e uma outra situação estava dada. Eu quis impor o meu jeito. Eu não aceito o jeito desses adolescentes em grupo.

Como palhaço eu estou ali para me expor, para demonstrar fraquezas - minhas e deles - e não para me colocar como alguém que está acima deles, numa relação autoritária.

O palhaço, ele tem um poder imenso em suas mãos, mas é de um modo que as pessoas nem percebem, é de um modo em que se cativa o outro... não por um confrontamento direto.

A Débora, minha colega de trabalho e palco, me deu uma lição outro dia:
um garoto que a rejeitara com um insulto gratuito, foi revidado com um beijo afetuoso e ações que indicavam o encantamento da perosnagem pelo menino.
Ele estava ganho e não foi pelo embate de frente, meu impulso primeiro, claro.
Preciso aprender a canalizar minha raivosidade. Ela faz parte de mim e pode estar presente no meu palhaço. Mas à meu favor, na cena e não para me afastar do público.

Esse público é para mim uma grande escola, da arte, de mim mesma.

. fazer coisas em mim primeiro. Me mostrar humana. COmo?
. encontrar algo desse adolescente que me interesse, que seja "elogiável", um elogio à diferença. Como o tênis do Leo na escola Basiliano - sINOP-M.T.
. uma aproximação menos incisiva em alguém, com gestos que indicam menos força no desejo.
De longe, primeiro, talvez. Algo mais assim:
Por hoje, é isso. Algumas pulgas atrás da orelha... inquietações... como fazer, como se relacionar... onde encontrar respostas... na psicologia? no trabalho de outros palhaços (que não tenho acesso)?
pulgas, pulga
pulgas que me movem... isso sim é bom!
Carol