terça-feira, 23 de junho de 2009

MÉTODOS DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIA

Uma pergunta surge antes: quando se está fazendo contação de história e quando se está fazendo teatro. Na prática, penso que isso não faz diferença porque você deve fazer o que tem desejo. Assim, se você opta por utilizar a projeção de sombras durante toda a sua apresentação, é provável que esteja fazendo teatro de sombras e não mais narrando oralmente histórias. Se usa uma empanada com bonecos e faz deles seus personagens na apresentação, então trata-se de um TEATRO de bonecos.
A contação de história seria uma apresentação cujo eixo central é a narração oral. Alguns elementos podem dar surpote, mas o motor central é a narração.
Abaixo, eu procurei apresentar vídeos de contação de história, para que seja possível a vocês identificar algumas diferenças entre um e outro, algum elemento que te interessa agregar ao teu trabalho.

Tem quem conta enquanto conta, como é o caso de Bia Bedran:





Outros utilizam a narração juntamente com a apresentação de tapetes costurados com cuidado para isso. É o caso do grupo Tapetes Contadores de Histórias:




Outras, como a contadora, seu corpo como o principal, fundamental e quade total suporte da apresentação de sua contação: eis a contadora Tatiana Henrique. Ela conta com a participação de um músico. Vamos observar sua convicção, seu olhar, a aproximação ou não com o público...






Nesse outro trecho de vídeo, Tatiana, conta sentada (uma movimentação corporal mais limitada)... observar... funciona? por quê:




Outra contadora (não descobri o nome das artistas) também faz parceria com a intervenção sonora.



Já a Cia. Girolê, no trecho que pude ver, utiliza bonecos, música em sua contação:



Agora vídeos que provavelmente são contações feitas por professoras, alunas de um curso de contação. Uma outra técnica de contação - painel com figuras:



Do mesmo curso, um outro grupo apresenta seu trabalho com uma narração e teatrao de bonecos:



E o grupo Ópera na Mala:



Sabemos que são muitos os recursos de contação.
Se você conhecer mais vídeos que mostre metodologias de contação de história, escreva e indique para que eu possa acrescentar nesta postagem.
Boa reflexão!
Carol.





sexta-feira, 12 de junho de 2009

sobre se encher para se esvaziar... (improvisação)

IMPROVISADOR - PRIMEIRAS NOÇÕES

Por Tereza Gontijo – atriz e improvisadora da LPI-BH


Improvisador - primeiras noções I:
Pode parecer estranho quando, se me perguntarem o que faço, eu disser: sou improvisadora. A princípio, eu mesma me pergunto por que essa distinção, entre ser ator e ser improvisador. Talvez seja mesmo uma linha muito tênue que separa essas duas noções, mas só sendo parte desses dois mundos para entendê-la.Ser improvisador é como ser palhaço. É mudar o olhar sobre a vida, e sobre como lidar com tudo isso que vai à nossa volta. É ser dentro e fora de cena.O improvisador precisa estar atento ao que acontece no caminho da padaria, na fila do ônibus, nas linhas do jornal. Precisa se alimentar de vida, desde os pequenos detalhes aos fatos que correm o mundo, precisa juntar todas as bagatelas e badulaques que encontrar para que, em algum momento, possa se utilizar delas. É como um catador de lixo, que não sabe exatamente o que são todos aqueles trecos que leva, mas que, de alguma forma, lhe serão úteis. O improvisador, que diante dos olhos espectador parece estar vazio em cena e desprovido de recursos, precisa estar, antes de mais nada, abarrotado por dentro. De coisas que precisam se manifestar, se dizer, de percepções, pontos de vista, pequenos sonhos, coisas engraçadas, tristezas, pensamentos, acontecimentos, reações, olhares, cheiros, narrativas, histórias, fantasias, botões, fivelas, fitas de cetim.Precisa estar sempre curioso com o mundo, pra que cheio de mundo, este lhe escape. Para que naquele momento em que ele pensa não ter nada, possa revirar esse baú e encontrar uma pérola que lhe caia como uma luva, ou uma luva que lhe caia como uma pérola. Um improvisador vazio por dentro não consegue transformar nada por fora. E não deve nunca interromper essa busca por cacarecos para que não lhe esgotem as luvas ou pérolas. Ser improvisador é estar em constante movimento.
Improvisador - primeiras noções II:
O improvisador aprende cedo a lidar com o efêmero, como principal parceiro e aliado de seu trabalho, com todas as qualidades e os pesares que as coisas efêmeras trazem em si. Ele aprende, nas primeiras lições, a ser desprendido e que ser desprendido (em muitos aspectos diferentes) exige um trabalho duro.O primeiro passo e primeira dificuldade que o improvisador enfrenta é abrir mão da sua vaidade de artista. A vaidade em nada lhe será útil, já que, para improvisar é preciso necessariamente estar em cena desprendido, desarmado, para que tudo e qualquer coisa possa se manifestar. E aí, meu amigo, não há vaidade que fique de pé quando os rebotes mais íntimos vierem à tona. Quando você se vir em cena revelando ao público suas maiores intimidades, seus deslizes, suas bobagens, suas fraquezas. O improvisador precisa estar preparado e disposto a fracassar diante de todos, indo até o fundo do poço na pior mancada que pudesse dar e ainda assim olhar para todos, erguer a cabeça e continuar. Sim, porque colocar o rabo entre as pernas e sair correndo não é permitido. De forma alguma coloco o improvisador como vítima. Não. Se ele escolhe improvisar, escolhe também estar de mãos dadas ao fracasso, ao público que o compartilha e também com as genialidades que possam lhe ocorrer. E é justamente nesse momento em que ele precisa ser desprendido. Pois esses minutos de histórias passam, marcam e não voltam atrás. Se ele erra não há como justificar o erro à platéia, como quem diz, “gente, eu sou melhor do que isso”. Da mesma forma, se consegue contar uma bela história, não tem como fixar as fórmulas que deram certo para depois repeti-las. O que passou, passou. E o que ficou, ficou. E que essas belas histórias e erros não serão repetidos, aliás, serão provavelmente esquecidos minutos depois e não garantem excelência ao improvisador, que um dia pode ser brilhante, e neste mesmo dia flopar . Sua segunda lição será: alcançar a sabedoria de esquecer bons e maus momentos para, a cada dia, correr os mesmos riscos e se reinventar.
Improvisador- primeiras noções III:
Cada história contada é como uma estrela cadente,
de rabo longo, mas vida curta.
Que risca o céu com brilho intenso,
para morrer segundos depois
(quem piscar perde).
Se transformar em lágrima,ou sorriso, como diria Gil.
Rebote= a partir de uma proposta lançada por um improvisador, rebote será o primeiro estímulo suscitado num segundo improvisador, como reação à proposta do primeiro. È a primeira idéia que surge livremente em resposta a, da qual o improvisador deve lançar mão para dar seqüência a cena. Um rebote pode se configurar como uma ação, uma palavra, um estado de ânimo, uma expressão, uma pausa, uma contra- proposta, uma lembrança, etc.
Flopar= Na linguagem improvisada significa uma mancada muito grande. Uma idéia, uma proposta, uma ação, que por ser tão ruim, põe tudo a perder. É , por assim dizer, uma grande “cagada”!

In: http://aimensaminoria.blogspot.com/2008_04_01_archive.html

DESENHO MEU...

Saída 1 - SINOP

Há muitos e muitas dias, fiz uma saída pelo centro de SINOP.
Fui com muito medo, mas fui.
Surgiram coisas muito legais. O pessoal que arrumava um tronco de árvore na vitrine - as mulheres pegavam peso e os homens olhavam - pude me comunicar sem fala. Os professores de informática que se vestem de branco que rendeu uma conversa/contato pois eu pensava que eram da área da saúde. MAs, lembro agora, como finalizar um contato de maneira interessante? Por vezes é demasiado murcho...
O impulso que não segui de ir distribuir folhetos junto com os moços que faziam isso como trabalho e assobiaram pra que eu os visse. quando decidi voltar, o time já tinha passado, não era mais o mesmo gosto.
Seguir os impulsos, deixar que eles aflorem.
Mas não registrei a saída no blog porque fui tomada - erro - pelo sentimento de fracasso, pois, já indo para casa, encontrei um grupo de moradores de rua. conversamos, tomei cachaça junto. Mas cometi o mesmo erro da primeira saída: abandonei o palhaço - uma relação artística - e lá estava só a Carol. Nem saberia como agir diferente.
Fiquei contente com o encontro e descontente com o fracasso do palhaço. E descontente porque eles se encontram naquelas condições...
Bom. Só para deixar marcado.
Carol