quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Ela sente... nós sentimos

É lindo sentir como algumas pessoas com quem passamos tão pouco tempo numa oficina, ao final dela se tornão tão íntimos, tão conhecedores de nós.Pois esse é um dos maravilhosos presentes que o exercício da entrega nos oferece, conhecer... amar... ser amado...cair e levantar, alí diante de todos e perceber que os olhares ao redor estão alí pra ajudar a levantar. Infelizmente eu não estive nesta oficina, mas consigo sentir através da Carol o quão maravilhosa ela foi, está sendo!!!
A experiência é sentida por nós duas e isto já é incrível, pois de alguma maneira nos ligamos através da promessa da entrega, da busca pelo nosso palhaço,da batalha diária pela construção daquilo que desejamos ser e ter como palahaças, como seres humanos!!!
Obrigada Caroscha por compartilhar comigo a tua existência e a tua resistência.
Lia





Lia

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

BREVÍ-SSÍ-SSIMO CATÁLOGO DE IMPRESSÕES - CURSO DO ÉSIO 2009

Foi muito intenso. Foi muita coisa... não consigo ainda processar a ponto de discernir e explicitar uma coisa e outra... O aprendizado do palhaço, nessa perspectiva de trabalho, é ao mesmo tempo um aprendizado de vida. Tem a técnica. É certo. Mas tem a descoberta de si mesmo.
Levo desse encontro memórias de relações... de pessoas... Levo comigo o Fubá e a Silvia. Afinidades à primeira vista... como explicar? só no olhar...

(Fubá)


(Silvia)


Com o Fubá eu andei de moto e fiz traquinagens, vivi, ri, dancei, perdi o óculos, achamos... com a Silvia as traquinagens eram assistindo o curso (rindo do Ésio) e nas cenas... me sinto livre quando estou com ela na cena... tenho vontade de brincar... me divirto.




Com o Ed. eu me acalmei várias vezes... com que tranquilidade (diferente da minha) ele vê o mundo e os problemas e, com que intensidade ele ocupa a cena e também nos convence a comer uma coxinha ("ele é crocante como nunca vi, recheada e... e... e...")

(Fubá e o Ed.)

Com o Pedro eu me deparei com o meu preconceito. Ele é muito propositivo e isso logo fez com que eu não quisesse jogar com ele. Aí, o Fabiano me deu o show-aula num exercício, num jogo, me mostrou que, minha idéia de não querer estar com alguém tão propositivo tem certo fundamento, mas que deixar-se experimentar e desafiar-se pode render muitas boas descobertas e muitas gargalhadas... e momentos de ternura quando você vê a paciência de um parceiro com o aprendizado do outro. Nunca esquecerei das calcinhas das meninas na escola...

(Pedro)


(Fabiano)

E foi olhando o Fabiano correr de um lado para o outro ou em círculo enquanto não sabia o que fazer que entendi o que era NÃO DESISTIR DO JOGO ou NÃO FRACASSAR ANTES DO JOGO TERMINAR. É como se dissesse "eu tô aqui, ó, ó, eu não sei o que fazer, mas, ó, ó, eu tô aqui! na batalha!".

E ainda pensando no Pedro eu lembrei de um dia em que saímos pra almoçar uma merendinha. Eu precisava ir no Lume e ele, de bicicleta me ofereceu uma carona. Aceitei porque o risco me atraiu. Veja bem: considerei um risco. Algumas pedaladas em seguida ele me pergunta: -Sabe dirigir?
Eu digo:
-Sim.
-Então, coloca essa maozinha aqui... essa outra aqui...
Enquanto falava colocava minhas mãos no guidô.
E pensava meu deus, ele é louco, se eu cair vou me lascar demais! E não posso errar! É um jogo entre eu e ele em que eu não posso errar! Fomos. Chegamos e eu estava muito contente de ter estado naquela situaçõe pouco cotidiana. MAs, em casa, observava-me: ELE, confiou em mim, porque se eu erro, não era apenas eu que me lascava... ele também... mas ele foi, se jogou... sem pre-conceito...


Foi lindo ver a Rosa sendo extremamente honesta em sua auto-avaliação sobre seu palhaço... sobre a Rosa... me lembrando que cada um tem o seu tempo... seu ritmo...

(arqueira zen, Rose, Rosa)

E ela se entendia muito bem com a Rose e com a Arqueira Zen. Falando nelas...
Era o máximo ver o olhar da Rose de "deixa disso menina" quando eu disse por duas vezes que algo era "do caralho!". Era uma relação estabelecida em cima da nossa diferença. Pena que eu descubri muito tarde que ela me reprovaria daquele modo tão gostoso, senão... teria dito muitas outras vezes: caralho, caralho, caralho, caralho...
Arqueira Zen foi a imagem que a palhaça Alecrin usou para defenir como se sentia numa batalha pelo impossível em sua luta por ser palhaça... luta nítida... e engraçada aos nossos olhos. Tudo nela é descordenado, o pular corda, o jogar bola, pular da escada para ser aparada pelos colegas, parece que nem teve infância... mas tudo nela é delicadeza, é poesia, e é riso, porque suas tentativas de movimentos bruscos, precisos, forte e etc., são deveras cômicos...



O Rafael me ensinou que, se estamos no jogo, é pra jogar.... mesmo que você não seja o parceiro desejado... se estamos juntos, aceita e joga junto.



E a Íris (leia Írix)? Que, para mim, é absolutamente engraçada em seu estranhamento desse tal de mundo do palhaço... de expressar sentimentos. Normal quando se vem de um modo de vida onde os modos de espressar são diferentes... ou escassos, não sei. É absolutamente engraçada sua honestidade. Quando todos dizem "quero agradecer a vocês todos..." e ela, sinceramente, diz "eu não vou agradecer porque não sinto vontade" ou "não acho que tenha nada pra agradecer". Só nela essa contramão cai tão bem. E foi ela que me ajudou a escolher uma roupa para o meu palhaço... ainda em experiência. E eu pude ajudá-la a escolher também a sua roupa... num diálogo entre as diferenças... ( o meu gosto é diferente do dela em termos de roupa também).


Guardo na lembrança também o Gabriel, no colo de quem, para pegar uma carona, tiramos muito sarro da situação. Ele, que é moleque, grande e com cara de bravo...

(Gabriel e Janjão)
Janjão... docinho.

A foto abaixo mostra algumas pessoas em seus primeiros estados... é engraçado observar: o Gabriel, muito sério, a Maira, irritadiça, a Iris em sua energia pokemon:


Agora, mais fotos:

(Ed. e Caio)





(Eu, Ricardo e Caio)




Ambiente de sala - quando platéia - hora da água, alguns saíram:



Palhaços preparados para a saída no TRUEQUE:



Palhaços na rua:

Palhaços no espaço do LUME:



Palhaços desfigurados, mortos de cansados, após o TRUEQUE:




O MESTRE:




Obrigada vocês.
Mesmo.
Carol.





segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

FUNTAMENTOS DO CLOWN - GRANDE APRENDIZADO SOBRE O BÁSICO.

Hoje queria compartilhar, ainda que minimamente, um apredizado do curso do mestre Ésio.
O foco. Parece até bobo pra quem fez algum curso de máscara ou bonecos ou mesmo palhaço, ouvir falar do foco como algo tão, tão, tão importante como o modo que quero colocar aqui.
O foco é como uma lanterna que sai de um formato de triângulo: seus dois olhos e o nariz.
Ao olhar com esse triângulo o palhaço evidencia um objeto, o parceiro, ou a parte de um corpo, o que seja. Mas nisso O FOCO É UMA FERRAMENTA QUE PERMITE CONSTRUIR ESSA VIVÊNVIA PERMANEnTE NO TEMPO PRESENTE de que falam ser uma característica da linguagem do palhaço e, A DILETAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DAS COISAS SIMPLES. Foram minhas grandes descobertas hoje, olhando os colegas jogarem e o Ésio comicamente e desesperadamente corrigindo. É muito bonito vê-lo como professor. Ele é engraçado, não é grosseiro e conhece tanto o que diz que dá exemplos fantásticos no seu próprio corpo daquilo que tenta explicar. Ele torce por nós.
Valeria a pena o curso só para ver sua perfomance de professor.
Eu ainda estou travada. Cheia de preconceitos sobre mim mesma, cheia de medo. Perdi hoje boas oportunidades de avançar.
Amnhã serei melhor. Preciso me lançar às experiências.
Ser forte, pra mim, não é NÃO ter medo. Ou mesmo NÃO errar.
Ser forte é não desistir, mesmo com medo. Mesmo com fracassos. E eu sou forte.
Carol Holanda.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A Menor máscara do mundo

Hoje a Carol tá indo pra campinas pra fazer a oficina "A menor máscara do mundo" com o Ésio Magalhães, e ela deve ficar lá até o dia 22\02. Eu queria muito fazer a oficina, mas cheguei tarde e não tinha mais vagas... bom o que importa é que uma de nós vai estar lá e com certeza a Carol vai ter um aprendizado maravilhoso e sem dúvida eu também vou ganhar muito da Carol quando ela voltar.
Bom era isso, mais informativo do que reflexivo. Boa viagem parceira!!!
Lia

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Pois então, esta é a minha primeira vez no blog! Depois de brigar muito com o computador finalmente eu consegui chegar até aqui e vou escrever.
Já estamos fora das ruas por duas semanas... na nossa última saída em Santo Antônio de Lisboa eu travei!!! Simplesmente não conseguia descer do carro e me agarrei na zabumba da carol feito um gato assustado. O medo paralisa!
A Carol com muito cuidado me fez descer do carro só pra respirar. E como é bom respirar! Na respiração essa automática de todo dia agente não percebe o tanto de coisas que o simples ato de respirar carrega consigo. Inspirar... o ar e a coragem de olhar em frente... a barriga enche...o peito enche... e a cabeça se ergue, e nisso você vê!!!
Expirar... deixar com que todo o medo, o preconceito e as "proteções" caiam por terra sobrando apenas você e um espaço enorme esperando para ser preenchido...por outros olhares, ações e reações inesperadas, sentimentos oferecidos pelo outro!!! Neste dia entendi que respirar é de fato o que diferencia o vivo do morto, não apenas biológicamente.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

na linguagem do clown: "o menos vale mais".




Como pode a partir de coisas tão simples...
quero aprender... e tem que andar...
Carol.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

problemas de clown....





Num desses momentos compartilhados com minha filha, ela me dizia "pinta, mamãe!". Quase uma ordem e três cores de tinta guache disponíveis, saiu esse desenho.

Enquanto isso, as palhaças continuam pesquisando e trabalhando. Encontrei a seguinte frase de um aluno da professora Ana Elvira Wuo:

A linguagem que permeia o mundo clownesco se constrói com seu olhar e suas ações dilatadas, movidas por impulsos orgânicos, puros e vitais. O clown deixa-se levar, às vezes não só literalmente, mas deixa-se inundar de situações inusitadas, onde não encontrar saída não é um problema. Busca através da insistência, mas encara esses problemas, problematizando-os. Ele não dissolve a dúvida com respostas, mas com boas perguntas (Aluno da disciplina AM 034, 2° semestre de 2006, Jorge Henrique da Silva). In: http://clownelinguagem.blogspot.com/

Coisas para pensar... na vida e na arte.
Carol.